Audiência pública da CCJ discute criação de novo Código Comercial

 

16/05/2011 12:41

Audiência pública da CCJ discute criação de novo Código Comercial

 

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) realiza na quarta-feira (18) audiência pública para discutir a elaboração de um novo Código Comercial que substitua o atual (Lei 556, de 1850). Serão ouvidos os professores da PUC de São Paulo Fábio Ulhôa Coelho, Manoel de Queiroz e Maria Eugênia Reis Finkesltein, além do procurador de Justiça de Minas Gerais Paulo da Gama Torres.

O Código Comercial regula os direitos e obrigações das empresas e suas relações. A primeira parte do código, chamada de Comércio em Geral, foi substituída em 2002 pelo capítulo de direito empresarial do Código Civil (Lei 10.406/02). Essa legislação, porém, trata somente de regras gerais e não substituiu completamente o Código Comercial.

Para o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que sugeriu o debate, o País precisa de uma nova lei para poder desenvolver todo seu potencial econômico. Ele ressalta que o Brasil é a sétima economia do mundo e as relações empresariais não podem ficar sujeitas ao código de 1850. "Precisamos modernizar a lei, ter um Código Comercial à altura de uma economia que cresce e, em mais alguns anos, será a quinta do mundo", afirma.

O professor Fábio Ulhôa Coelho tem sido um dos maiores entusiastas da criação de um novo código e já tem uma proposta pronta para ser apresentada. Ele explica que a nova lei vai regular as relações entre as empresas, mas não afetará as relações entre empresa e consumidor, empresa e meio ambiente ou empresa e trabalhador.

“O Código Comercial trata desse objeto bastante específico: os contratos, os títulos entre duas empresas. Um contrato, por exemplo, de fornecimento de matéria-prima: uma fábrica de automóveis precisa comprar aço e celebra um contrato com a siderúrgica.”

Segundo o professor, é preciso aprovar uma lei que facilite a resolução de conflitos entre as empresas. “O Código Comercial que temos hoje é do tempo do Império. É claro que já está muito mutilado. Nem toda matéria que trata das relações entre empresas está nesse código de 1850. Mas está espalhada em diversas leis e isso dificulta a aplicação da regra quando se trata de resolver problemas entre empresários", ressalta.

Fábio Ulhôa Coelho também alerta para a necessidade de regulamentação dos negócios realizados por meio da internet, uma prática globalizada que ainda não tem lei própria no Brasil.

A audiência está marcada para as 15 horas, no plenário 1.

Reportagem – Vania Alves/Rádio Câmara
Edição – Marcos Rossi
 Agência Câmara de Notícias

 

Notícias

Divórcio potestativo sob a perspectiva jurisprudencial

Com Partilha Divórcio potestativo sob a perspectiva jurisprudencial Marília Mello de Lima 9 de outubro de 2025, 8h00 Há julgados recentes, inclusive do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o divórcio pode ser decretado antes mesmo da citação da parte requerida. Leia em Consultor...

Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA

Usucapião afastado Doação verbal exige escritura pública para validade do ato, diz TJ-BA 8 de outubro de 2025, 12h19 O julgador explicou que a ocupação do imóvel — ainda que por um longo período de tempo — ocorreu por mera liberalidade da proprietária. Leia em Consultor...

STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa

Família STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa 3ª turma reconheceu vínculo de filha criada desde a infância, ainda que falecidos não tenham formalizado adoção. Da Redação terça-feira, 7 de outubro de 2025 Atualizado às 18:55 Por unanimidade, 3ª turma do STJ...

Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente

Opinião Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente Mathias Menna Barreto Monclaro 7 de outubro de 2025, 7h01 Não se deixa de reconhecer que, em certos contextos, a rigidez da solução pode suscitar debates sob a ótica da justiça material, sobretudo em heranças complexas, em...